Dilma subestimou o lado escorpião do PMDB e se deu mal. Sofreu a mais espetacular derrota no Congresso, quarta-feira passada, com a rejeição ao nome do diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Bernardo Figueiredo. A picada do escorpião é a versão mais atualizada da derrota anunciada.
Logo após o Carnaval, o vice-presidente Michel Temer, presidente licenciado do PMDB, soprou no ouvido da presidente a insatisfação dos aliados de partido na Câmara e no Senado. Mas entrou por um ouvido de Dilma e saiu pelo outro.
O PMDB é a mala sem alça do Governo e a presidente sabe mais do que ninguém. E quer cargos, emendas e poder. Muito poder. Quer ainda o mesmo tratamento que o PT recebe do Governo. Diante do silêncio e do ouvido de mercador do Governo, o PMDB exercita no momento a plenitude do seu lado escorpião.
Primeiro, num manifesto fazendo ameaças veladas ao Governo e depois pelo voto, impondo a derrota de Bernardo, auxiliar da mais absoluta confiança da presidente, mas fragilizado por suspeita de malversação do dinheiro público.
Magno Martins.
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